domingo, 3 de novembro de 2013

EAD no Brasil e no Mundo - Notícias recentes.

Site Universia em 11 de maio de 2013.

Pesquisa: educação à distância tem menos credibilidade que presencial

Pesquisa entrevistou 10.586 pessoas em 9 países, incluindo o Brasil. Questionados sobre o motivo para isso, 37% afirmaram que o vínculo pessoal professor-aluno é vital. Além disso, 27% acreditam que há uma suposta má qualidade acadêmica e 25% acreditam que isso acontece por preconceito. A falta de conhecimento a respeito da nova modalidade de ensino foi apontada por 11% como o motivo para o cenário adverso.


Site do Estadão de 11 de junho de 2013.

USP lança primeiro curso virtual gratuito de nível superior da América Latina. Cursos serão ministrados por professores da instituição e veiculados pela plataforma do portal Veduca; as duas disciplinas previstas são física mecânica básica e probabilidade e estatística.


Site do Estadão de 103 de julho de 2013.

Depois de sucesso nos EUA, cursos de universidades de ponta chegam ao Brasil

Online, sem seleção e gratuitos, Moocs 'invadem' instituições brasileiras; ainda neste semestre, ao menos seis delas devem criar cursos.


A folha de São Paulo em 3 de novembro de 2013 relata que:

Um estudante universitário de uma escola como a Universidade Harvard, nos EUA, considerada a melhor do mundo, tem em média 15 horas/aula por semana. A universidade espera que o aluno se envolva em atividades de pesquisa, empresas-júnior, trabalho sociais e culturais e que faça esporte.
Com tudo isso, a formação fica completa e a grade fica cheia.

Na reunião anual de cientistas da SBPC, que neste ano aconteceu em Recife (PE), o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, discutiu o assunto e defendeu a redução da grade obrigatória de aulas.

Considerações sobre o ambiente de estudos


A EAD exige que o aluno saiba organizar seus estudos, desenvolvendo a prática de planejamento. Isto passa por algumas adequações no ambiente de estudo, pois neste caso, a universidade raramente é o espaço de aprendizagem. 
Como estudar com qualidade? A questão é pouco detalhada do ponto de vista do ambiente ideal. Ou seja, o lugar em que os estudantes possam absorver a quantidade de conteúdos necessária para o ingresso na faculdade ou na preparação para testes e avaliações, seja na graduação ou pós. O que é melhor: estudar no quarto ou longe da cama? É bom ler no computador ou ficar longe dele? De que forma, televisão, rádio, barulho e até a mobília do local pode afetar o esforço de um estudante que se esforça para aprimorar seu conhecimento? Há indicativos de que tão importante quanto organizar o tempo de estudo, é determinar o melhor local para fazer isso.

"A aprendizagem não é desenvolvida num vácuo. O processo é influenciado por contexto pessoal, social e até pelo espaço físico", explica Mauricio Peixoto, líder do Grupo de Aprendizagem e Cognição da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Segundo ele, o estudo pode ser favorecido ou até mesmo prejudicado por elementos externos como iluminação, ventilação, ruídos e cores. "Esses são alguns dos fatores capazes de colocar em xeque a concentração e, conseqüentemente, a produtividade do processo", aponta ele.

Fernando Becker, professor de psicologia da educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), partilha da opinião de Peixoto e garante que o simples cuidado com a escolha do local de estudo pode influenciar diretamente o rendimento das horas investidas nos livros e fazer toda a diferença. "Geralmente os ambientes inapropriados - escuros, frios ou barulhentos - causam desconfortos físicos, que geram estresse ao organismo humano e não favorecem o funcionamento do cérebro. Minimizam ainda o período de produtividade e antecipam o estado de fadiga", diz ele.

Não há regras, no entanto, para a construção de um ambiente ideal. É o que enfatiza o pesquisador da UFRJ. "Esse local deve respeitar o estilo pessoal do aprendizado do estudante. Enquanto o silêncio pode ser essencial para uns, para outros ele pode provocar inquietação. Há alunos que rendem mais se estudar sentados na tradicional escrivaninha, outros se concentram melhor na cama ou até mesmo caminhando", compara Peixoto, que aposta no processo de flexibilização e personalização.

Renan Soares Mendes Teixeira da Cunha, psicólogo do ProEstudo/UFSCar (Programa de Capacitação Discente para o Estudo da Universidade Federal de São Carlos), também aposta no autoconhecimento. "Testar as diversas opções é a melhor maneira de saber qual delas se encaixa a suas necessidades. Se o silêncio atrapalha, que tal ouvir uma música instrumental e leve. Agora, se o barulho é que atrapalha, é possível recorrer ao protetor auricular", afirma ele. Mas ainda que não haja regras, Cunha recomenda lugares frescos, arejados, bem iluminados e razoavelmente silenciosos. "Independente do local, é fundamental que as distrações sejam mínimas", alerta ele.

Entretanto, independentemente do perfil do estudante, é preciso evitar os exageros e as situações extremas. "Nada de ambiente excessivamente luminoso ou sem luminosidade, muito frio ou quente, com ruídos em excesso, tampouco estudar de barriga cheia ou vazia", recomenda Peixoto. "Como dizem os budistas: 'a virtude está no meio'. Priorize uma situação de conforto", acrescenta o pesquisador da UFRJ.

Caso não haja um espaço adequada na própria casa do estudante, Alessandra Venturi, coordenadora-geral do cursinho da Poli, orienta para a busca de um caminho alternativo. "Há algumas escolas e cursos preparatórios que, mesmo no período de recesso, mantém espaços de estudos abertos durante o dia. Recorrer a um deles pode ser ainda mais produtivo do que ficar em casa e ser interrompido constantemente com os problemas domésticos", diz ela, que também sugere o estudo em bibliotecas municipais e estaduais.


Quais foram as dificuldades observadas na implantação de atividades ou disciplinas a distância em cursos presenciais no que se refere a interação aluno-professor.

O primeiro problema são as tecnologias de informação e comunicação (TICs) que precisam de planejamento instrucional baseado nas necessidades identificadas do aluno e nos requerimentos do conteúdo. Os recursos devem ser utilizados na exata medida de mediatizar o ensino e a aprendizagem e, ai que residem muitos dos problemas deste modelo de ensino, baseado em formatos rígidos institucionais. Em tempo, deve-se entender também que a TIC deve ser suportada pelo computador do aluno que evidentemente deve ter acesso a internet, num ambiente propício para a aprendizagem. Entretanto, é conjuntura nacional a baixa renda de nossos alunos que quando possuem o equipamento, não dispõem de internet e, quando dispõem de ambos não possuem uma ambiência de aprendizagem em casa.
Num artigo disponibilizado pela própria Secretaria de Educação a Distância (SEED) disponibilizado em http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/4sf.pdf relata que os critérios de qualidade incluem o bom professor, o bom aluno, bons gestores e coordenadores e ambientes ricos de aprendizagem. Em educação a distância, um dos grandes problemas é o ambiente, ainda reduzido a um lugar onde se procuram textos, conteúdos. Mesmo considerando fóruns, chats e e-mails, o que se tem é diálogo e muitas vezes o que se precisa é desenvolver habilidades psicomotoras profissionais, limite que a EAD dificilmente poderá ultrapassar com a tecnologia atual.

O segundo grande problema é cultural. Muitos docentes resistem a EAD (Moran e col, 2005). Mas também pode ser entendido como falta de auxílio técnico de especialistas para adaptar os conteúdos didáticos a novas mídias com recursos audiovisuais (Zaniboni, 2009). Havendo ai necessidade de oferecer curso de capacitação adequada, aos professores, no uso dos recursos que serão utilizados (Bernini e cols, 2007). Isto torna o curso mais caro, com a formação de uma equipe de suporte e treinamento (Zaniboni, 2009). Professores culturalmente desvinculados da EAD, mal capacitados e pouco amparados por uma equipe de suporte fragilizam o estabelecimento de um clima de aprendizagem.

O terceiro problema é o aluno, a liberdade de escolha de quando e onde estudar pode trazer o resultado oposto, quando o aluno não desenvolve o devido rigor no planejamento de seus estudos, comprometendo a qualidade do seu aprendizado (Moran, 1994; Zaniboni, 2009). Em tempo, um problema pode ser levantado, com a possibilidade de fraude nos testes on line, uma vez que, não necessariamente é o aluno que esta sendo avaliado naquele momento.


Moran, José Manuel; Araujo Filho, Manoel; Sidericoudes, Odete. A ampliação dos vinte por cento a distância. Estudo de caso da Faculdade Sumaré-SP. Trabalho de Conclusão de Curso, 2005.
Moran, José Manuel. Avaliação do Ensino Superior a Distância no Brasil. Disponível em <http://www.eca.usp.br/prof/moran/avaliacao.htm>, acesso em 03/11/2014.
Moran, José Manuel. Novos caminhos do ensino a distância. Informe CEAD - Centro de Educação a Distância. SENAI, Rio de Janeiro, ano 1, n.5, out-dezembro de 1994, páginas 1-3. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>
Bernini, Denise Simoes Dupont; Souza Júnior, Daniel Ignácio de; 
Souza, Carlos Henrique Medeiros de. ESTUDO SOBRE DISCIPLINAS NÃO 
PRESENCIAIS PARA GRADUANDOS DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. 
XXVII Encontro Anual de Engenharia de Produção, 2007. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2007_TR660482_9497.pdf
Zaniboni, Márcio. EaD e Tecnologia Educacional em Educação Não-Formal. Rio de Janeiro. 2009. Disponível em: <http://eadnaoformal.blogspot.com.br/2009/03/vantagens-e-desvantagens.html>

Legislação da EAD



A educação a distância teve seu marco legal a Lei das Diretrizes e Bases
da Educação pela Lei no. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 em seu artigo
80, incentivando o desenvolvimento da EAD. 

Em 1998, com o Decreto 2494 a EAD foi entendida como uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. 

Somente 8 anos depois da LDB, em 10 de dezembro de 2004 o Ministério da Educação publica a Portaria 4.059 permitindo que sejam ofertadas as disciplinas a distância em cursos presenciais desde que esta oferta não ultrapasse 20 % (vinte por cento) da carga horária total do curso. 

Em 2005 com o Decreto 5.622 temos a Regulamentação o art. 80 da LDB caracterizando a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Aqui por este Decreto modifica-se o conceito de educação a distância por auto-aprendizagem (conforme Decreto 2494/1998) para um aprendizagem mediada por tecnologias de informação e comunicação (TICs), conceito aceito atualmente.

No ano seguinte em 2006, com o Decreto 5.773 temos a regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, coordenado pelo Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação (CNE), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, e pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES.

A Portaria 40 de 12 de dezembro de 2007 institui o e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação, avaliação e supervisão da educação superior no sistema federal de educação.